terça-feira, 20 de julho de 2010

A Cratera de Pelor

Durante muitos anos houveram conflitos intermináveis nas fronteiras do norte perto da cidade de Beltrar. Algumas foram tão importantes para a definição da historia quanto foram sangrentas. Muitas das regiões mudaram de nome depois de grandes batalhas. Como o Pico Kalamar, que depois da luta entre o povo Druida do norte e os anões da fronteira, começou a se chamar Pico dos Pequenos Gigantes, já que os anões trucidaram todos os Druidas sem muitas baixas em seu exercito. Houve também o Vale da Brisa, que se chamava assim por ficar no pé de uma escarpa em contato com o mar onde o fenômeno de inversão térmica ocasionava brisas suaves à noite para os navegadores, mas que mudou de nome depois do Rei de Beltrar exterminar o exercito de mortos-vivos de um necromante renegado e passou a se chamar Vale dos Ossos. Mas de todos os eventos que aconteceram lá, o mais importante e que mudou - não só o nome – mas a paisagem também, foi à batalha de vinte minutos.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Seres-Humanos

E ele estava lá. Sentindo o ar gelado da floresta e a terra fria e morta tocando seus pés. Mexendo suas mãos e suas pernas percebeu que realmente estava presente naquele local, do mesmo jeito que tinha certeza ter estado presente na escuridão sem fim. Tentou abrir os olhos, mas eles já estavam abertos. Então, sem pensar muito bem, fechou seus olhos e tudo ficou preto, com medo de ficar preso mais uma vez no escuro, os abriu rapidamente voltando a ver a floresta mais uma vez.
De repente escutou o estalar de dedos de um senhor na varanda do Giligan's. Eram estalos ritmados como se fossem o acompanhamento de uma música e podia escuta-los sem problemas já que a música e as risadas da festa do bar era abafado pelas janelas e portas fechadas. O senhor estava encostado na parede entre uma janela e uma porta. A luz do sol que conseguia vencer as nuvens que enchiam o céu chegavam até o Giligan's, mas não passavam entre a madeira do teto da varanda, projetando uma sombra exatamente acima das botas de couro dele. Ele só conseguiu deduzir que o velho usava um chapéu pela sua silhueta no escuro e que era um realmente um velho pela sua barba branca que era menos preta do que tudo em sua sombra.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Giligan's

Três passadas foi o que ele deu antes de parar. Não conseguia enxergar nada e continuar andando seria loucura. Estava pouco lúcido e mantinha os olhos abertos com dificuldade como quem acaba de acordar depois de um longo sono. Também sentia aquela típica vontade de virar e voltar a dormir, mesmo se sentindo descansado. Mas ele não podia voltar a dormir. Estava em pé, sem saber aonde. Olhava, sem saber para o que. Não fazia a mínima ideia de como tinha chego até lá e demorou um pouco até que seu cérebro conseguisse se livrar do estupor e raciocinar alguma coisa que fizesse sentido. Devemos lhe dar crédito já que é impossível tirar sentido de uma situação que não faz sentido algum e mesmo seu cérebro acordando, a escuridão e o silêncio contribuíam para a confusão em sua mente.
Por um momento começou a pensar que talvez não tivesse realmente acordado, mas sentia perfeitamente o chão duro e frio tocando seus pés descalços. Não era um frio que os congelasse, só fazia cócegas e  que ele desejasse poder pisar em um tapete quentinho e confortável. Tentou dar mais alguns passos esticando bem os pés para ver se sentia algo antes de pisar firmemente no chão. Também esticava os braços tateando o escuro sem conseguir tocar em nada. Desistiu de andar assim e achou melhor ficar de quatro procurando as paredes daquele aposento, se fosse um aposento, para chegar até o interruptor. Começou a lhe incomodar o fato de ter andado uma distancia considerável e não ter tocado nem esbarrado em nada, nem sequer um móvel. Pior ainda era o fato da textura e inclinação do chão nunca mudarem, ele continuava reto, liso e frio por metros e mais metros, não haviam degraus, era como se ele estivesse se arrastando por um lago gigantesco congelado, mas o chão não era tão frio como gelo.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

No começo do mundo...

"E, de fato, parecia mesmo Nada. Não havia uma única estrela. Era tão escuro que não se enxergavam; tanto fazia ficar de olhos abertos ou fechados. Sob seus pés havia uma coisa fria e plana, que podia ser chão, mas que não era relva nem madeira. O ar era seco e frio e não havia vento." C.S. Lewis - O Sobrinho do Mago
É assim, tomando por emprestado um dos versos de Lewis na obra prima de sua vida, que começo o meu simples e humilde blog sem muita pretensão. A escolhi porque justamente hoje está um dia muito frito, seco e sem vento, como ele descreve. Estou usando uma camiseta, uma camisa e duas blusas, mais ainda sim posso sentir o ar frio entrando pelos buracos das mãos, do pescoço e da cintura, sem deixar que meu corpo alcance uma temperatura confortável. E foi hoje que decidi começar um novo mundo em um blog num canto escuro e longínquo da internet.